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Solitários merecem atenção especial


Imagem: Sabine Vanerp / Pixabay

Solidão na velhice é quase um lugar comum para muita gente. Essa multidão de solitários e solitárias deve preocupar e mobilizar a todos nós, que ainda temos energia, lucidez e disposição para ajudar a quem precisa e merece.

Em alguns países da Europa, até os governos começam a se preocupar com esse grave problema. Na Holanda, cerca de 700 mil pessoas com mais de 75 anos vivem em abrigos ou lares para idosos, segundo o Escritório Central de Estatística. O Ministério da Saúde considera que ajudar essas pessoas "é uma tarefa de todos os cidadãos”. Por isso destina 26 milhões de euros (mais de 100 milhões de reais) para visitá-los uma vez por ano.

A verba serve para custear pesquisas sobre “as marcas da solidão”. Querem saber quais as consequências físicas, psíquicas e financeiras da solidão. E como combatê-las. O programa do governo envolve funcionários das casas de repouso até motoristas de ônibus e cabeleireiros, que são contratados para sempre dar uma olhada nos passageiros e clientes, e comunicar se lhes parecem solitários.

A Fundação Nacional para os Idosos calcula que cerca de 200 mil holandeses com mais de 75 anos se sentem muito sozinhos, “e muitos se envergonham disso”. Por isso esse programa tão bacana

Secretaria da Solidão

No Reino Unido, em janeiro deste ano a primeira-ministra Theresa May criou uma Secretaria de Estado para tratar do problema da solidão, que afeta mais de 9 milhões de pessoas, entre jovens e idosos.

Estima-se que a metade das pessoas de 75 anos ou mais – que são cerca de 2 milhões naquele país – vivem sozinhas, muitas delas sem se relacionar com outras pessoas durante vários dias ou semanas. É junto a eles que trabalha a Secretaria comandada por Tracey Crouch.

Veja que a Europa continua na vanguarda das políticas sociais.. Mesmo depois que passou a substituir o antigo estado de bem-estar social por uma política que chamam de “participativa” - quando as famílias passam a fazer tarefas que antes eram do Estado.

Meu Brasil brasileiro

O nosso país, por sua vez, está muito longe desse tipo de cuidado com os idosos. As carências aqui são imensas, em todas as faixas etárias.

A solidão entre nós, longe de ser combatida é até provocada, inclusive por agentes públicos. Um exemplo aconteceu no dia 5 de junho, em Itapetininga, São Paulo, onde uma idosa de 67 anos foi “esquecida” dentro de um posto de saúde. Anêmica, foi ao local ser medicada. Aplicaram-lhe soro e, ao final do expediente fecharam o posto, foram embora e deixaram-na sozinha. Foi salva por pessoas que estavam numa creche vizinha e ouviram seus gritos de socorro. É apenas um exemplo, dentre tantos outros que ocorrem pelo Brasil

Para que o país avance no combate à solidão entre os idosos, o mínimo que todos podemos fazer é olhar com mais carinho para as pessoas que, além da vulnerabilidade própria da idade biológica, tende à solidão e ao isolamento. E cobrar políticas públicas mais avançadas aos que recolhem nossos impostos.

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