Chegou a minha vez de tomar vacina

Marquei a minha vacina. Será na segunda-feira, 29 de março, a primeira dose, não sei ainda de qual laboratório. Mas já estou feliz. O agendamento aconteceu ontem à noite, e o caso eu conto como o caso foi.

No telejornal local, às 19horas, o apresentador anunciou que a Prefeitura estava abrindo naquele momento o agendamento a partir dos 64 anos – a minha faixa. Minutos depois, comecei a receber mensagens. A minha filha foi a primeira. Mandou mensagem ensinando a agendar e link do Conecta Recife (conectarecife.recife.pe.gov.br). Depois, uma irmã, dois amigos, uma colega jornalista... Senti uma forte solidariedade e mobilização, reflexo de os das minhas relações estão ávidos pela vacinação (e quem não estiver faz um imenso favor em permanecer fora do meu grupo).

Na mesma hora, abri o aplicativo, tentei agendar e vi que tinha esquecido a senha do cadastro feito no mês passado. O caderno onde anoto-as estava inacessível. Usei outras senhas do meu estilo, nada. Pedi para criar nova senha, mas demorou a chegar o e-mail autorizando, até que, uma hora e meia depois, acessei o caderno, achei a senha e, pronto, foi rapidinho. Escolhi local e o Conecta Recife me deu opções de dias e horários. Dia 29 às 9h50. Vou logo cedo, com camisa de manga frouxa e depois conto como foi.

Pela manhã, liguei para conhecidos da minha faixa etária e estão, graças a Deus, todos agendados. Vamos torcer para que, ao contrário das leis que são boas pra maioria, a vacina pegue e faça o efeito que todos merecemos.

Um post scriptum: este texto ficou parecendo os diários de quarentena, que puliquei neste espaço, no começo do ano passado. A diferença é que agora tem a promessa de vacina logo ali, na semana que vem. Mesmo que não seja ainda uma luz no fim do túnel, é um alento, para quem está há doze meses vivendo e assistindo a mais brutal experiência dessas seis décadas e meia. O flagelo da pandemia trabalhando em combinação com outros também mortais, como a fome e a miséria que ataca milhões dos nossos irmãos e irmãs brasileiros.

Vamos lá, minhas idosas e idosos, tomar vacina e esperar que o presidente e outras autoridades tomem vergonha na cara.