Deu zebra na ganância do jogador
Imagem: Flickr
Por: Paulo Silva
O Santos Futebol Clube afastou o zagueiro Eduardo Bauermann, suspeito de embolsar dinheiro de apostador para receber um cartão amarelo em jogo contra o Avaí, em 5 de novembro pelo Brasileirão 2022. O jogador confirma que recebeu um adiantamento de R$ 50 mil, mas não cumpriu o acordo. E deu zebra.
A confusão na qual se meteu originou a operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás em fevereiro, que tenta desvendar detalhes dessa trama que parece envolver muitos atletas, empresários e apostadores.
Quem pensou em máfia, acertou. O mesmo vale para quem lembrou de cobiça, ganância ou cupidez. Uma fraqueza humana.
Bauermann não é o primeiro, no mundo dos esportes, a cair nessa tentação de levar mais vantagem do que as que já possui. Vamos lembrar de alguns casos.
Lance Armstrong, o ciclista americano que venceu sete vezes consecutivas o Tour de France, mas depois foi desmascarado por ter usado doping durante sua carreira. Sua ambição em ser o melhor o levou a tomar decisões antiéticas e fraudulentas.
Kobe Bryant: lendário jogador de basquete americano que teve uma carreira de muito sucesso, mas sua ambição o levou a se tornar obcecado com o jogo e a sacrificar sua saúde física e emocional para continuar jogando em alto nível.
Maria Sharapova: tenista russa que ganhou cinco títulos de Grand Slam, mas também foi suspensa por 15 meses por usar doping. Sua ambição em continuar competindo em alto nível a levou a tomar decisões arriscadas e antiéticas.
Também na História, existem muitos casos de vencedores que se deixaram levar pela ambição extrema e se deram mal.
É o caso de Alexandre, o Grande, conquistador grego que, apesar de ter conquistado um vasto império, acabou morrendo jovem devido à sua constante busca por poder e glória.
Júlio César, líder militar e político romano, que ambicionou o poder absoluto e acabou sendo assassinado por seus próprios colegas do Senado.
Napoleão Bonaparte, general e político francês que ambicionou conquistar a Europa inteira, mas acabou sendo derrotado e exilado na Ilha de Santa Helena.
Na literatura, outros grandes cobiçadores foram:
Fausto: personagem do livro de Goethe, que faz um pacto com o diabo para obter conhecimento e prazer, mas acaba se perdendo em sua ambição e perdendo sua alma;
Ícaro: personagem da mitologia grega que ambicionou voar tão alto quanto os deuses, mas acabou caindo na água e morrendo por causa da sua arrogância;
Macbeth: personagem da peça de Shakespeare, que se deixa consumir pela ambição de se tornar rei da Escócia, levando-o a cometer assassinatos e a perder sua sanidade mental.
Ser ambicioso, é bom que se diga, pode ser um desejo, saudável e muito comum, de alcançar metas pessoais e profissionais. O problema está na dosagem. É preciso ser equilibrado com outras virtudes e limitado por princípios éticos.
Na moral, a cobiça é geralmente vista como um desejo egoísta e desordenado por bens materiais ou poder, que pode levar a comportamentos imorais ou injustos, como nos mostram os exemplos acima.
Eduardo Bauermann não está sozinho nessa história. E paga porque meteu os pés pelas mãos.
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